Se livre do vício!
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Porque o cigarro vicia?
Alguém por acaso age sem que tal ação traga de alguma forma uma vantagem, benefício ou prazer? Mesmo quem faz atividades muitas vezes cansativas, como academia ou estuda 18 horas para prova, só as faz porque espera recompensa: um corpo bonito e/ou saudável, no primeiro caso, e aprovação em determinada matéria, no segundo caso. Dessa forma por mais desgastantes que sejam e mesmo que não sejam em prol do interesse próprio, porém do próximo, as atitudes e posturas não são em vão.
Mas, afinal, o que isso tem haver com o vício do cigarro? Pois é, fumar cigarro e, até mesmo, usar qualquer outra droga não são diferentes das ações que fazemos todos os dias. Isso porque o cigarro age no sistema de recompensa cerebral, ou seja, consome-se e torna-se dependente da droga (por mais lícita que seja, ela vicia) pois ela desencadeia posteriormente satisfação e prazer. Entrando em detalhes biológicos, a nicotina do cigarro faz com que, no sistema nervoso, a dopamina seja liberada. Essa substância é responsável pelo prazer e bem estar. Logo, o cigarro estimula sensações boas e alivia sensações ruins. Afinal, o tabaco para muitas pessoas serve para acalmar ou reduzir o estresse. Devido a essa característica de proporcionar prazer, o risco de reutilização da droga é grande.
O uso recorrente do tabaco leva ao fato do fumante precisar do cigarro independentemente da vontade própria. Infelizmente, nesse grau a pessoa já se tornou dependente. A evolução para esse quadro de dependência ocorre por causa de modificações no cérebro. Isso porque, conforme a pessoa fuma, mais o sistema nervoso modifica em decorrência das substâncias viciantes presentes no cigarro. Assim, quando o fumante se torna dependente, o cérebro já está adaptado (acostumado), tornando difícil o fim do uso do cigarro. Para parar de fumar, o cérebro basicamente tem que se desacostumar, readaptar-se novamente. Isso parece simples, porém, na prática é mais complicado (mas não impossível).
Por isso, é bem mais fácil parar de fumar antes de se tornar dependente. Contudo, é difícil afirmar quantos cigarros levam ao vício – essa quantidade varia de pessoa para pessoa. Além disso, o cigarro possui alto poder de dependência. Portanto, é muito mais aconselhável não fumar. Mas, se começar a fumar, parar o quanto antes.
Se detectada doença clínica ou psiquiátrica, você seguirá para uma sequência de quatro sessões em grupo. O prazo estabelecido para isso é de um mês e, logo após o término dos encontros, você deverá escolher uma data para seu primeiro dia sem cigarro. Você decide se vai parar gradualmente (em um período de duas semanas) ou no mesmo instante. Tudo isso é acompanhado por médicos que avaliarão a necessidade de medicamentos para atenuar os sintomas da abstinência. É importante continuar frequentando sessões de grupos de ex-fumantes por no mínimo um ano, isso certamente te ajudará a lidar com a ansiedade, a tensão, as vitórias e também com as recaídas.
escrito por: Manuela Melo
Alguns dados sobre o tabagismo brasileiro
Conforme dados da Organização mundial da Saúde, o total de mortes devido a complicações causadas pelo tabaco chegou à cifra de 4,9 milhões de pessoas por ano, o que equivale a 10 mil mortes por dia. Dado preocupante, principalmente quando se considera que a tendência de ampliação desse número está entre pessoas em idade produtiva.
No Brasil o INCA, Instituto Nacional do Câncer, vem atuando como centro colaborador da OMS para o projeto “Tabaco ou saúde” para a América Latina. O objetivo desse projeto é estabelecer padrões de controle do tabagismo.
Para o monitoramento da utilização do tabaco, ocorreu em 16 capitais brasileiras um inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis, realizado em 2002 e 2003. Para o grupo de 13 a 15 anos vem sendo desenvolvido o VIGESCOLA, um programa do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, cujo principal objetivo é monitorar a prevalência, o consumo do tabaco, a exposição ao fumo passivo, a influência da mídia, entre outros.
A maior prevalência de uso regular de cigarros é encontrada em Porto Alegre (25,2%), seguida de Curitiba (21,5%), Belo Horizonte (20,4%) e São Paulo (19,9%). As menores prevalências são observadas em Aracaju (12,9%) e Campo Grande (14,5%) e Natal (14,7%). De uma forma geral, as cidades mais urbanizadas apresentam maiores prevalências com exceção do Rio de Janeiro, onde o número de fumantes regulares vem se reduzindo rapidamente. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, – (PNSN) realizada pelo IBGE em 1989, a prevalência na cidade do Rio de Janeiro foi estimada em cerca de 30%. Já em 2001, um inquérito realizado na mesma cidade pelo INCA (CONPREV/INCA/2001) mostrou uma prevalência de 21% e, neste estudo atual, foi observado em proporção de 17,5% fumantes.
Em todas as capitais, a prevalência de consumo de cigarros apresenta-se maior entre os homens do que entre mulheres. Em média, a razão de prevalência entre homens/mulheres nas regiões Norte e Nordeste foi de 2. Essa diferença cai significativamente nas regiões Sudeste e Sul, onde essa razão se aproxima de 1.
O consumo de cigarros é maior entre indivíduos adultos (com 25 o mais anos de idade). Entretanto, esta diferença tende a diminuir nas cidades mais urbanizadas, indicando uma maior participação do grupo jovem nas prevalências globais. Fato importante é que mais de 50% dos jovens afirmaram ter experimentado ainda muito jovens. Em Porto Alegre, Vitória, Goiânia e Boa Vista, aproximadamente 70% dos jovens experimentam fumar com 13 anos ou menos e em Curitiba a experimentação precoce chega a quase 80%. Comparado aos escolares que não fumam, os fumantes relatam uma maior proporção de pais que fumam e esta diferença é significativa. Este achado é consistente com outros estudos semelhantes e mostra como, mesmo que involuntariamente, adultos fumantes podem estimular seus filhos a fumar.
É possível ainda observar que o tabagismo foi maior entre os grupos com menor escolaridade (menos de 8 anos de estudo), quando comparado com os de maior escolaridade (8 anos ou mais de estudo) em todas as cidades estudadas. Novamente aqui, o razão de prevalências entre indivíduos com menor e maior escolaridade é da ordem de 2, ou seja, temos dois fumantes com baixa escolaridade para um fumante com maior escolaridade. Se considerarmos que a escolaridade é uma forma indireta para avaliarmos a renda/classe social dos indivíduos, temos mais fumantes no grupo de baixa renda do que no grupo com rendas mais altas.
O índice de cessação de fumar (número de ex-fumantes dividido pelo número de fumantes atuais mais os ex-fumantes) variou nas cidades estudadas de 44,0% (em João Pessoa) a 58,3% (em Campo Grande). Não se observa, aqui, um padrão específico entre as regiões do país. Verifica-se que este índice de cessação é mais elevado no grupo com maior escolaridade com exceção das cidades de Manaus e São Paulo.
Nota-se uma tendência para a diminuição do tabagismo no Brasil, contudo atitudes governamentais precisam ser tomadas para controlar a utilização dessa droga.
escrito por Rodrigo Mandryk
Nicotina
- Irritabilidade, impaciência e hostilidade;
- Ansiedade;
- Humor disfórico ou deprimido;
- Dificuldade de concentração;
- Agitação;
- Redução da freqüência cardíaca;
- Aumento do apetite ou ganho ponderal.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Formas de apresentação do vilão TABACO!!!!
Cigarro
O cigarro é um dos produtos de consumo mais vendidos no mundo. Comanda legiões de compradores leais e tem um mercado em rápida expansão. Satisfeitíssimos, os fabricantes orgulham-se de ter lucros impressionantes, influência política e prestígio. Até setecentos aditivos químicos talvez entrem nos ingredientes na fabricação de cigarros, mais a lei permite que os fabricantes guardem a lista em segredo. NO entanto, constam entre os ingredientes metais pesados, pesticidas, inseticidas alem do tabaco e alcatrão. Ficando os pulmões dos fumantes e de quem está perto expostos a pelo menos 43 substâncias comprovadamente cancerígenas.
Charuto
O charuto é feito somente com o tabaco, sem papel nem outras substâncias químicas. Os fumantes de charuto acreditam que estão protegendo a sua saúde, pois a fumaça não é tragada. No entanto, isso não é verdade, pois na folha do tabaco contém nicotina, responsável pela dependência química, infartos, enfisema pulmonar e câncer. Um charuto equivale ao consumo de 5 a 10 cigarros comuns.
A fumaça do charuto, mesmo não sendo tragada, é absorvida pela mucosa da boca, favorecendo o aparecimento de câncer de boca, orofaringe, esôfago e pâncreas.
Narguilé
Também chamado de hookah, cachimbo d’água, narguile, goza, narkeela, Hubble bubble, shisha, nargile e arguile, está se disseminando pelos países das Américas, principalmente entre os jovens que, na sua grande maioria, fazem uso dos cachimbos d’água sem ter noção dos riscos aos quais estão se expondo. Contém monóxido de carbono, nicotina e o alcatrão que, ao ser queimado, libera metais pesados, como arsênico, chumbo, cobalto e cromo – uma boa rodada de um único narguilé equivale ao consumo de um maço de cigarros.
Sua utilização começa com o tabaco adoçado com uma espécie de cola tipo melaço, com sabores de diversas frutas sendo colocado em um reservatório e depois queimado com carvão especial. Na garrafa do narguilé coloca-se água que resfria a fumaça, dando início à liberação do aroma característico do tabaco que foi escolhido. Essa fumaça é espirada através de uma mangueira e cachimbada pelos vários integrantes da roda. Alguns adolescentes acreditam, equivocadamente, que a fumaça do tabaco, ao passar pela água, se torna inócua para o organismo.
Cigarros de Cravo
Conhecidos mundialmente como Kreteks ou Gudan Garam, são originários da Indonésia. São considerados os mais nocivos à saúde por conterem 1/3 de cravos picados e 2/3 de tabaco comum. As concentrações de nicotina, alcatrão e monóxido de carbono são três vezes maiores em relação à dos cigarros comuns. Um estudo do Centro de Controle de Doenças (1999) identificou concentrações de alcatrão que chegam até 60mg por cigarro. Uma outra substância chamada Eugenol, nome do óleo de cravo que confere seu aroma característico, é adicionado a esses cigarros fazendo com que a tragada fique mais suave.
O Eugenol possui propriedade anestésica, desencadeando tontura e existem relatos de indivíduos sensíveis a essa substância que tiveram paralisia respiratória. Os adolescentes e adultos jovens logo enjoam do seu gosto, porém, a dependência já instalada os leva ao alto consumo de cigarros industrializados.
Rapé
O hábito de consumir rapé era bastante difundido no Brasil até o início do século XX. A forma tradicional de preparar rapé é utilizando fumo de rolo. Esse fumo é vendido enrolado em palhas de palmeira. O tabaco é fracionado com uma faca(migado) e depois torrado cuidadosamente em uma panela seca, sem deixar que se incendeie. Os outros temperos também costumam ser torrados, pois depois disso é necessário colocar o conteúdo em um pano fino, como o utilizado em fraldas de algodão, enrolado, e golpeado com um bastão para ir soltando o pó fino. Esse pó fino, sem resíduos, é o rapé pronto para ser inalado.
O uso dessa forma de tabaco também pode transformar o usuário em dependente químico. Além dos problemas causados de nicotina ao organismo.
Tabaco Mascado
O tabaco mascado é uma forma de uso do tabaco sem fumaça, que é das mais antigas modalidades de consumo de suas folhas, já que era usada pelos índios que viviam nas Américas.
Atualmente , as folhas para mascar podem ser preparadas de maneiras distintas: podem ser curadas antes ou após terem sido torcidas em rolos e pode-se adicionar sabores como whisky, rum, de geléias, etc. Assim, o tabaco pode ser mascado em pequenos pedaços ou triturado em pequenos sachets. O auge do uso de tabaco mascado aconteceu no fim do século 19 e início do século 20, quando seu uso declinou.
Bidis
São importados da Índia e a marca mais conhecida é o Bali Hài. São comercializados em diversos sabores agradáveis e atrativos para o adolescente e o adulto jovem, com o objetivo de camuflar o gosto e odor não agradável e característico do tabaco. Entre os sabores podemos citar: chocolate, baunilha, uva, morango, menta, canela e cereja. O tabaco é enrolado em folhas secas de tendu (planta indiana) dando a aparência de natural.
Não possui filtro, expondo o fumante a uma maior quantidade de substâncias que agridem seu organismo. Um único Bàli Hài possui três vezes mais monóxido de carbono e cinco vezes mais alcatrão (composto de substâncias cancerígenas) que um cigarro comum.
Cigarros de Palha
São vistos pelos jovens como opções naturais, portanto, associados como não perigosos. É feito com um fumo de corda picado com canivete que depois é enrolado em palha de milho. A palha, por não permitir a passagem de ar, torna as tragadas mais intensas e concentradas, levando a um aproveitamento de quase 100% desse tipo de cigarro. Não possuem filtros levando a uma maior absorção de substâncias cancerígenas, bem como os mais altos níveis de dependência.
Cigarrilha
Um tipo de charuto fino, meio termo entre os cigarros e os charutos. Esses “charutos em miniatura” são descendentes do cheroot, um charuto pequeno, muito popular na Era Vitoriana. AS cigarrilhas, de acordo com os fabricantes, são produtos feitos a partir do fumo natural ou homogeneizado (mistura de pó de fumo, papel e aglomerante), e com tamanho semelhante ao de um cigarro, tanto no comprimento quanto na espessura. Estão sendo consumidos pelos tabagistas que acreditam que ela não faz mal à saúde, por não serem tragadas como os demais cigarros. Isso é um engano, pois possui os mesmos componentes tóxicos dos cigarros convencionais, além de maior concentração de nicotina.
Cachimbo
O ritual de fumar cachimbo está relacionado à sofisticação e nobreza. Existem várias misturas de tabaco que são utilizadas no cachimbo, com aromas e sabores diferentes. Em muitos casos são misturadas duas espécies de folha de tabaco, como a nicotina rústica e a tabacum.
O fumante de cachimbo também acredita estar minimizando os malefícios à sua saúde, pois também não tragam a fumaça. Da mesma maneira que o charuto, o cachimbo expõe o usuário à nicotina através da mucosa, favorecendo o aparecimento de cânceres, principalmente de cavidade oral.